O Colégio de Aplicação continua ascendendo na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2019, alcançou a nota 5,8, dando sequência a um aumento progressivo em relação a 2013 (4,4) e 2017 (5,6). O Codap continua se adaptando para proporcionar educação de qualidade, frente ao desafio de atender estudantes oriundos de diferentes realidades.
Para o Colégio, o Ideb serve como instrumento de análise para avaliar os pontos positivos e negativos. “Aquilo que a gente precisa mais focar com nossos alunos”, conta a vice diretora Christiane Donato. Porém, ela ressalta que o indicador não norteia as decisões pedagógicas. “Ele não é a principal base da nossa organização para o ensino”, declara.
O Codap participou das setes avaliações realizadas entre 2007 e 2019. Porém, em 2015 o calendário do ano letivo atrasou e não foi possível reunir os dados sobre fluxo escolar, resultando na ausência da nota Ideb. Durante esse período, o sistema de ingresso no Colégio passou por modificações. Até 2009, os alunos ingressavam no 6º ano do ensino fundamental através de processo seletivo, sendo aprovados, majoritariamente, estudantes oriundos de instituições com bom suporte escolar. Tal fato refletiu na alta do Ideb nos anos 2007 (5,4), 2009 (6,5) e 2011 (6,9).
A partir de setembro de 2009, o sorteio público foi instituído e o Codap passou a receber alunos vindos de realidades escolares diversas. Esta modificação incidiu sobre o Ideb 2013 (4,4), ano em que os alunos ingressantes do sorteio de 2009 concluíam o ensino fundamental. Com a alteração, foi necessária uma adaptação pedagógica. “Os professores fizeram melhorias em relação a sua forma de trabalho para conseguir dar continuidade ao seu trabalho com qualidade, agora para um público heterogêneo”, conta Christiane.
Entre as soluções encontradas para a situação, está a oferta de projetos de letramento, tanto de português quanto de matemática, para dar suporte nessa transição escolar e nivelar os alunos. Outra adaptação foi a alteração da forma de avaliação dos estudantes. “Dentro do regimento existe a avaliação qualitativa como possibilidade, sendo até mesmo prioritária em relação a quantitativa”, observa a vice-diretora. Nos últimos quatro anos, a avaliação qualitativa é posta em prática quando o aluno não atinge a média necessária para passar de série. “É observado, individualmente, se ele tem condição de ir para o outro ano sem maiores danos, se isso seria favorável para o desenvolvimento e aprendizagem dele”, explica Christiane.
Com as adaptações e ações efetivas para lidar com a nova realidade, o Codap vêm gradativamente aumentando sua nota no Ideb. Em 2017, a nota foi 5,6; um aumento significativo de 1,2 em relação a avaliação anterior. E em 2019, alcançou o indicador 5,8, ficando com média superior a da rede pública do estado.
Na educação, o resultado das ações é observado a médio e longo prazo. Assim, os ingressantes no 6º ano vão se desenvolvendo até chegarem ao 9º ano. Esses alunos contam com os esforços e iniciativas de professores, técnicos e coordenação para melhorar seu aprendizado e bem-estar. Isso se reflete nas avaliações externas. “Nossa nota tem melhorado ao passar do tempo”, constata Christiane.
O Ideb
O Ideb é calculado através dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho avaliadas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A avaliação ocorre a cada dois anos e a realização da prova da Saeb é feita pelos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio. Para uma escola conquistar um bom indicativo não basta apenas alcançar altas notas nas provas de português e matemática da Saeb. É preciso uma boa combinação entre eficiência no ensino e suporte ao aluno, para que os índices de reprovação e evasão escolar se mantenham baixos.
Texto elaborado por:
Bianca Machado, sob supervisão de Marcílio Costa