A origem do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe está relacionada com a existência da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, fundada no ano de 1950, com o objetivo de formar professores para atuarem no ensino secundário e normal. Em 30 de junho de 1959, por procuração de Dom José Vicente Távora, Bispo da Diocese de Aracaju e presidente da Sociedade Sergipana de Cultura – sociedade pertencente à Arquidiocese de Aracaju da Igreja Católica –, o Monsenhor Luciano José Cabral Duarte, fundou o Ginásio de Aplicação, com a finalidade de que o estabelecimento servisse como escola-laboratório para práticas didáticas e pedagógicas, especialmente por meio de estágios desenvolvidos pelos graduandos da faculdade.
Em 7 de julho de 1959, após o processo de verificação prévia, o Ginásio de Aplicação é autorizado a funcionar pela Diretoria do Ensino Secundário do Ministério da Educação e Cultura – Inspetoria Seccional de Aracaju. O estabelecimento iniciou suas atividades com 30 alunos matriculados na 1º série do primeiro ciclo do ensino secundário (curso ginasial). Em 30 de dezembro de 1965, o Ginásio de Aplicação passou a ser denominado de Colégio de Aplicação em decorrência da autorização da Inspetoria Seccional do Ensino Secundário, órgão do Ministério da Educação e Cultura, para oferecer o curso colegial do antigo ensino secundário.
Em 1968, com a criação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Faculdade de Filosofia e o Colégio de Aplicação que dela era parte integrante, foram incorporados a Fundação Universidade Federal de Sergipe por meio do decreto-lei nº 269, de 28 de fevereiro de 1967. Inserido na estrutura da Universidade, de acordo com a resolução 07/19/CONSU, o Colégio de Aplicação (Codap) passou a ser um órgão suplementar vinculado ao Centro de Educação e Ciências Humanas e seus departamentos, tendo por objetivos precípuos o ensino de 1º e 2º graus e ser campo de experimentação pedagógica da pesquisa e de estágios para a Universidade. Em 1981, o Colégio de Aplicação passa a ser diretamente vinculado à Reitoria.
Desde a sua fundação em 1959, o Colégio de Aplicação funcionou na cidade de Aracaju, instalado no prédio da Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe juntamente com cursos superiores oferecidos pela faculdade. No ano de 1981, o colégio passou a funcionar na Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos, instalado em salas do pavimento superior do prédio denominado de Didática III e, a partir do ano de 1995, foi instalado em prédio originalmente construído para o seu funcionamento (prédio atual).
O Colégio de Aplicação sempre funcionou oferecendo ensino misto, portanto recebendo alunos do sexo masculino e feminino. Enquanto pertenceu a Sociedade Sergipana de Cultura e vinculado a Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, o estabelecimento cobrava mensalidade de seus alunos. De 1960, quando recebeu a primeira turma, até a década de 1970, o ingresso de alunos na série inicial ocorria por meio de sistema seletivo com aplicação de provas de conhecimento. Na década de 1970, o ingresso passou a ser por meio de sorteio público de vagas. No ano de 1983, o estabelecimento voltou a adotar o teste de seleção classificatório com provas de conhecimento, obedecendo o seguinte: 60% das vagas para filhos de funcionários da UFS, 30% para alunos egressos de escolas públicas e 10% para alunos egressos de escolas particulares. No final da década de 1980, foi extinto os percentuais de dependentes de funcionários e de escolas públicas ou particulares, permanecendo o teste de seleção classificatório com provas de conhecimento para admissão na antiga 5ª série do 1º grau. O retorno do sorteio para o ingresso de alunos ocorreu em 2009.
Em 1976 o Colégio de Aplicação registrava o número de 220 alunos matriculados. E, no início da década de 1980, a escola já contava com 346 alunos matriculados em turmas do antigo ensino de 1º e 2º graus.
Atualmente, o Colégio de Aplicação oferece as séries finais do ensino fundamental e o ensino médio, atua como campo de estágio e desenvolvimento de pesquisas para cursos da Universidade. Além das atividades de ensino, desenvolve atividades de pesquisa e extensão.
No decorrer da trajetória do Colégio de Aplicação, marcada por mudanças de denominação, de local de funcionamento e de desempenho de diferentes atividades, a cultura escolar do colégio, foi marcada por diversas práticas: jornadas esportivas e culturais, jogos escolares, atividades cívicas, excursões, passeios, demonstração de experimentos, estágios, encontro de formação de professores, entre outras atividades.
Texto elaborado por Joaquim Tavares da Conceição (Coordenador do Cemdap)
Fonte: Documentos do acervo do Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Colégio de Aplicação da UFS (Cemdap)