Acreditamos ser importante deixar claro que os conteúdos gramaticais são muito relevantes, sim e são trabalhados nos componentes curriculares com muita qualidade por nossos docentes, mas também é importante frisar que, em nosso colégio, prezamos pela igualdade e pelo respeito a todas as diferenças, por isso estamos sempre, em alerta, em relação a todas as formas de opressão que possam vir a dificultar a existência das pessoas. O uso da linguagem sexista é um desses exemplos, pois contribui para a discriminação de gênero. Assim, entendemos que a linguagem não deve ser utilizada para reforçar os estereótipos impostos culturalmente.
O grande desafio consiste em perceber que, mesmo enfrentando uma condição desigual, o gênero feminino está em constante movimento, nos âmbitos econômico e social, por isso em nosso colégio nos esforçamos por utilizar uma linguagem inclusiva e não sexista.
A igualdade entre os gêneros só acontecerá a partir do momento em que se repensar a forma como o tema é tratado nos espaços educacionais, inclusive na linguagem, os quais hoje, muitas vezes, disseminam os privilégios de uma linguagem universal masculina. Daí a relevância da utilização do feminino e o masculino quando tratarmos de grupos mistos para enfatizar a presença das mulheres em todas as esferas sociais e suas importantes contribuições, ao longo da história.
Outrossim, pensando ainda que a linguagem não é algo natural e sim uma construção social e histórica, que se aprende e que se ensina, que forma nossa maneira de pensar e de perceber a realidade, o mundo que nos rodeia e o que é mais importante: ela é um instrumento flexível, em evolução constante, que pode ser perfeitamente adaptada à nossa necessidade, ao desejo de comunicar e de criar uma sociedade mais igualitária.
Destarte, precisamos de união no esforço por toda a sociedade, mesmo que essa não seja uma pauta pessoal, pois é uma questão ética, precisamos nos dar ao trabalho de mudar pela diversidade. Precisamos de solidariedade para respeitar a construção da identidade de todas as pessoas. Quando não há empatia, a sociedade descamba na exclusão e na marginalização de pessoas, que, assim como nós, merecem respeito. A linguagem neutra não é mais difícil do que aprender qualquer outra forma de falar e pode ser usada facilmente.
“Não se muda o mundo respeitando a opinião de quem nos oprime” (Alex Castro).
Conselho Geral do Colégio de Aplicação